quarta-feira, agosto 30, 2006

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Neste presente post gostaria de falar sobre três coisas.

Coisa um:

A Rede Globo de televisão divulgou ontem no Fantástico um estudo que comprova que os brasileiros finalmente passaram a tolerar o homosexualismo. Isso comprova que a guerra acabou, logo, passeatas do tipo orgulho gay apartir de agora poderão ser consideradas propaganda de preferencia sexual.

Coisa dois:

O Sistema Brasileiro de Televisão, vulgo SBT, divulgou na semana passada num programa que não lembro agora, que o Brasil é o terceiro país e consumir mais cosméticos e demais acessórios para a vaidade humana. Isso se deve ao fato de que os homens agora também passaram a freqüentar os salões de beleza.

Coisa três:

O ponto de convergência entre a coisa um e a coisa três está neste texto profético que postarei abaixo. Ele foi escrito em 2004 e publicado no site da mídia independente. Na ocasião, foi sumariamente censurado pelos voluntários que mantém aquele site democrático e foi causa de uma ameaça de processo judicial que seria empreendida pela Associação dos Homosexuais da Bahia. Preconceito? Homofobia? Porraloquiçe? Leiam e tirem suas próprias conclusões. Estou aberto ao debate na área de comentários.

A Coisa em si:

MANIFESTO HETEROSEXUAL

Estamos fartos do excesso de bichice no ambiente em que vivemos.

E não só no Rio, que sempre foi famoso por seu turismo homosexual, a questão é que a bichice está impregnada no imaginário coletivo atual. E quando falo em "bichice", falo sem preconceito. Sejamos francos e sem pudores de soarmos politicamente incorretos: isso é uma mera constatação do ¿sentimento de frescor¿ que não escolhe gêneros ou opções sexuais e que está contaminando todos.

Chamem de frescura, baitolagem, boiolice, viadagem, perobice ou afetação, este sentimento não tem necessariamente a ver com a apreciação íntima do mesmo sexo ou sequer à desmunhecagem propriamente dita. Essa aura de bichiçe é o que une playboys e patrícias na frente do espelho, para checar o visual, passar creminho e se olhar de costas. É o excesso de preocupação com roupas, com penteados, com preços de acessórios desnecessários e em falar mal das pessoas pelas costas. É o ponto de interseção entre lutadores de luta livre e publicitários, travestis e celebridades, empresários e seguranças, mauricinhos e cachorras do funk - gente que freqüenta cabeleireiro, faz as unhas, conhece marcas de roupa e acredita em "linhagem". Existe inclusive todo um segmento de mercado dirigido a explorarem as vítimas dessa aura de bichiçe. Acredite: frescura dá lucro. Não estamos aqui querendo contestar o espaço na sociedade reservado aos que tem diferentes opções sexuais. Estamos aqui querendo alertar a todos que estão estereotipando a boiolagem pra aumentar lucros.

Sempre se soube que o mercado se nutre das idéias, dos modos de viver, de todas as nossas formas de expressão, sejam elas palavras, gírias, roupas, gestos, sexualidades e a lista beira o infinito. O capital toma posse de nossos desejos, expectativas e até esperanças pra depois voltar nos vendendo as mesmas coisas, com a cara de pau de tentar nos convencer de que aquilo é o que precisamos e devemos consumir pra nos mantermos atualizados e ¿na moda¿. É justamente isso que falo: estão fazendo que com que a bichiçe seja moda, pois esse estilo de vida é extremamente consumista. É isso que temos que combater.

A moda da bichice está tão disseminada a ponto do sexo tradicional, aquele Sujo, Salgado & Amargo, com cabelos grudados na pele e violência na medida, ter ficado fora de moda. Perceba, amigo(a) da velha guarda, estamos, ironicamente, fora de moda. Mas, apesar das aparências da mídia, não somos minoria. Até então estávamos em silêncio, mas decidimos abrir o jogo e revelarmos o que pensamos.

E é isso que queremos lembrar: a função do velho sexo. Não é mais questão de reprodução por sobrevivência ou religiosa perpetuação da espécie. Estamos meramente celebrando o fato de sermos sexos diferentes - e de nos completarmos tão bem. Não existem sentimentos, filhos, culpa ou tradições que consigam ofuscar o sexo per se, ápice químico da humanidade - pelo menos até aqui.