sexta-feira, novembro 24, 2006

kanku dai - fitando o céu, mais uma vez...

A luz da rua projetava belas sombras da janela, e iluminava o corpo dela deitado em um colchão no chão, e sentado no chão eu apenas observava. Fechava os olhos e pensava apenas em coisas amenas. Queria uma máquina fotográfica, ou apenas uma folha em branco e um lápis, mas tudo o que podia fazer era fixar aquela imagem na lente. O teto começava a ficar familiar, e naquela escuridão podia alcançar o infinito.
Uma música suave embalava os sonhos da menina, que dormia com um sorriso no rosto, assim como os anjos dormem.
Fui até a janela, não sei quanto tempo olhei para o céu. Dessa vez sem lágrimas, sem vontade de pular, se fosse para mergulhar em alguma imensidão, que fosse naqueles olhos irriquietos, ou na pequena morte daqueles beijos. Seria isso a poesia que tanto busquei?
As estrelas não deram a resposta que esperava, talvez ela estivesse em meu íntimo, na escuridão reconfortante de quando fecho os olhos. Eu desligo o rádio, assim posso ouvir a sua respiração, volto para a janela, fito o céu mais uma vez, dessa vez sem sonhos intranquilos, apenas um sonho bom que vem com as luzes da aurora.

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