quarta-feira, abril 27, 2005

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Posso ouvir vozes no escuro, às vezes vejo vultos, tenho medo de muitas coisas, tenho medo de cirurgias, já tive medo do escuro, tenho um medo imenso de te perder. Mas como posso ter medo disse se nunca a tive? Deve ser porque vejo as estrelas em seus olhos e sua voz me acalma como o barulho das ondas.
Queria te trazer pro meu mundo, que você pudesse enxergar como eu a vejo, ouvir como eu a ouço... mas ultimamnete tudo anda meio esfumaçado... o medo coloca suas garras pra foras... enche de névoas os meus sentidos... Te ver é quase uma necessidade, e chego até mesmo a ficar enjoado com esse meu sentimentalismo tolo... Fecho os olhos... imagino coisas lisérgicas... mas no final sua imagem aparece... como uma fumaça púrpura... Bem vinda ao meu mundo eu digo!!! Habite meus sonhos eu peço!!!


merda preciso parar de ouvir baladinhas e fazer uma overdose de soilwork!!!!

segunda-feira, abril 25, 2005

Sobre gente que não come bacon, meu ódio pelo miguxês e outras neuroses, ou Como manter um nível saudável de insanidade em uma fila...

Título pomposo é verdade, mas trata-se da saga do meu feriado em minha cidade natal, e dessa vez quero deixar de lado as crises existenciais, as grandes paixões pára me dedicar ao prazer puro e simples de reclamar.
Sábado à tarde em Sampa, após levar cano de meus grandes amigos tomo uma decisão; "Vou sozinho no teatro do SESI!!!"- acredito que ando muito acostumado a minha pacata vida no Centro-Oeste Paulista, já que parti para um passeio vespertino em São Paulo sem uma blusa de frio, um guardachuva, um walkman ou mesmo um livro.
A viagem de ônibus foi tranquila, sem grandes acontecimentos dignos de nota, quando me aproximo da Av Paulista come ça um toró... como sou estúpido!!! não levei guarda chuva... Tento correr, mas meus pulmões não estão mais tão adaptados à poluição, mas mesmo assim resisto, chego no teatro não muito molhado.
Decido passar um tempinho na gibiteca, no entanto, percebi q a fila começou a se formar... e bem... era hora de encarar meus demônios.
Quando não se é uma pessoa muito sociável, filas imensas tendem a ser um martírio, a menos quando sua cabeça é uma usina criadora de besteiras, basta deixar os sentidos no stand-by e viajar na maionese... o problema é que infelizmente me vi tragado do meu próprio mundo da lua por coisas que costumam despertar minha raiva e o meu espírito agressivo.
Logo a minha frente na fila dois jovens fazendo cursinho pré-vestibular se perdiam em suas amenidades, transcreverei a parte do diálogo que me tirou do transe:

- Ai Didi...será q o meu pakeruxo vem?! perguntou a moça...
- Sei-lá...respondeu secamente o rapaz...

Minha sombrancelha começou a latejar, meus pêlos eriçaram e tive uma vontade enorme de sucumbir ao ódio, não basta esse maldito dialeto tomar conta da internet, agora ele vem me atormentar na fila para o teatro!? Não pode!!! Assim não tá certo!!! Foi quando comecei a perceber de fato o ambiente a minha volta. Gente pseudo-descolada, óculos de armação grossa, uma cara fazendo crochê... um gótico com a cara pálida lendo um livro, umas patricinhas falndo sobre suas bolsas... tive vontade de gritar!!!
Respirei fundo... tentei voltar ao meu nível normal de sandices... fiquei pensando em várias coisas, na minha vida e sobre como podem existir pessoas que não comem bacon. Lembrei de uma loja na Galeria do rock... uma loja Veagan cujo slogam alegava que ali se vendiam acessórios sem crueldade.
Foi quando parei pra pensar: Existe produção industrial sem crueldade? - vamos aos argumentos:
Pra eles crueldade é matar animais, mas e a mão-de-obra infantil explorada nas lavouras de algodão? Ou mesmo os adultos bóias-frias? EE o trabalho que é expropriado em todas as etapas da produção? Se isso não for crueldade não sei o quê é... mas tem gente que prefere ficar por aí gritando "Dê uma chance a paz salve as baleias!!!" fazer o quê?!
Mas o quê mais me irrita é dizer que comer carne é um ato bárbaro!! Somos animais onívoros, fazemos parte da cadeia alimentar... faz parte do nosso instinto... agressividade é um dos pontos que moldam nosso instinto de sobrevivência ela deve ser controlada e direcionada... pra atividades construtivas, afinal... agressividade superficial não aproveitada é violência!!!
E com esses pensamentos caóticos que passei três horas em uma fila pra ver um espetáculo que valeu à pena.... mas foi por pouco que meus indices de insanidade não passaram do limite do saudável...

sexta-feira, abril 15, 2005

Caminhante Noturno

o título é uma homenagem a uma das minhas músicas favoritas de uma das maiores bandas q o mundo já conheceu. os Mutantes


Ele caminha pela noite, a brisa noturna refresca seu rosto com uma velha conhecida, mais uma caminhada. Sob a lua minguante ele caminha pela avenida, que já foi o leito de um rio, uma área desvalorizada, no entanto, após a sua construção, tranformou-se em um dos metros quadrados mais caros da cidade. Pensou em seus usos, nas lanchonetes, nas agências de automóveis, no parque, no caos que toma a cidade quando chove, nos fluxos de poder que por ela percorrem, naquele mesmo caminho, sempre igual e imutável que ela delimita, foi quando chegou ao seu destino.

- Nossa que bom que você chegou!!!
- Ué?! Porquê?
- Saca só o quê estamos disctindo... estamos falando sobre a crise que a morte de Deus anunciada por Nieztche causou no moderno...
- Nossa, isso é bacana... pq à partir do momento que ele nega o dualismo pregado tanto pelo cristianismo quanto pelo platonismo ele destrói todos os tabus que a nossa sociedade criou quanto ao mundo sensível. Não existe separação entre a razão e o mundo sensível, nossa racionalidade se constrói à partir de nossas experiências, que são adquiridas somente através de nossos sentidos... e toda aquela história de transcendência e um plano superior que nos espera é tudo balela!!!
- Mas não era disso que estávamos falando, estavamos falando sobre a crise de representação que o pós-moderno trouxe para as artes...
-Mas aí é que tá, depende daquilo que você considera como modernidade... porque em história e na filosofia, a modernidade é o período que se extende do século das luzes até a revolução industrial... agora se você está falando em modernismo, o buraco é outro... já que Nieztche é anterior ao modernismo... e sim ele rompeu com os paradigmas da filosofia moderna...
- Ah tá, mas então a arquitetura demorou mais tempo pra cair nessa crise...
- Isso já que os preceitos da arquitetura modernista eram baseados nos preceitos Cartesianos e apesar da ausência de ornamento, a geometrização da arquitetura clássica era bastante presente... E quando o Mundo mudou, a velocidade das coisas e o pensamento corrente também se transformou, nesse momento os arquitetos permaneceram presos aos ossos de seu precioso movimento... aí tudo se perdeu... bem...essa é minha opinião tenho trabalho a fazer...
Obrigações cumpridas ele tomou seu caminho, com as estrelas como companhia lembrou de um certo brilho, vindo de olhos irriquietos como o azeviche, pensou naquelas pernas de louça, que passavam por ele sem que pudesse tocar, no beijo com gosto de maracujá, em todas as palavras que já decorara há duas semanas. Seguiu caminhando, queria o silencio, aquele caminhante noturno. Pisou a grama, pisou o asfalto, lembrou daquela canção. Queria saber que horas eram. Continuou caminhando antes da noite morrer... caminhou até o dia nascer...

continua

terça-feira, abril 12, 2005

Espíritos Nascem e Morrem...

Ouço chamados, não sei se eles vem do céu ou do inferno, ou se são apenas ecos dos abismos da solidão. As vozes clamam por aqueles que conseguem alcançar a felicidade, mas o quê essa palavra quer dizer mesmo?
Alguns podem dizer que a chave pra felicidade é o amor, ou que o dinheiro e o sucesso profissional trazem tudo isso de avião na classe executiva... mas o chamado continua, clamando, sabe-se lá pelo quê?! Talvez nem sejam os ecos da solidão, talvez os gritos venham de cima do abismo, onde reza a lenda tudo pode ser melhor... mas todos gostam de um pouco de degeneração, um copo de vinho, um pouco de luxúria, uma pitada de intriga, guerras de egos, e aí ninguém consegue ou pelo menos tenta escalar o abismo.
Sim dizem que lá em cima se vive um tempo de glória, mas quem acredita nessas coisas? Um cara me disse certa vez que o maior momento de estupidez do universo foi aquele em que uns animais bípedes, da família dos primatas, disseram que suas existências poderiam vencer o processo biológico chamado morte... tolos. Eu também sou tolo, porque afinal passei alguns minutos frente ao computador sem escrever algo que preste...

sexta-feira, abril 08, 2005

festa

Música, luzes, cheiros vozes... latas pelo chão, corpos que se tocam em cantos obscuros, o curso normal de qualquer festa universitária. Ele estava calado, bebeu alguns drinks, soltou algus risos. Seu copo era sua melhor companhia, ficava apenas idealizando alguém, fechava os olhos, trazia a lembrança do sorriso, o jeito que ela fumava um cigarro, aqueles olhos vivos que o faziam sair de suas próprias trevas, e aquelas curvas, sim voluptuosas, belas, sedutoras. Pensava em poesia, obcenidades e tudo o mais. Mas como sempre, apenas pensava. Ele queria perguntar quais eram seus medos, seus sonhos, sua tartaruga ninja preferida e se em tudo isso haveria espaço pra ele.
Não fez nada disso, tinha medo de perder sua musa, de abandonar a idéia que o atraia tanto, enfim, era um covarde, metido a poeta, mais um bêbado que acordou com o sol na cara em uma sala qualquer...