segunda-feira, junho 13, 2005

Perdido

Ele odeia admitir, mas se comove com a ocasião de consumo celebrada no dia dedicado ao santo casamenteiro. De quê essas coisas adiantavam pra ele?! Casais apaixonados pelas ruas, campanhas publicitárias péssimas e aqueles corações miseráveis espalhados pelas vitrines. A boa e já desgastada imagem de subversivo ordenava repúdio total a essas imposições do Sistema, mas invariavelmente todos os anos ele se sentia incrivelmente só. Noitadas, a brisa fria da noite e até mesmo a boa e velha cerveja, companheira de longa data, pareciam ser incapazes de animar o rapaz.
Também pudera, anos dedicados a sonhos em que seres humanos como esses que foram concebidos para esta dimensão jamais seriam capazes de realizar. Liberdade, justiça social, solidariedade ainda são conceitos avançados para nossa época, e por mais que não acreditasse em uma trascendência após a morte e ridicularizasse a separação da racionalidade do mundo sensível, permanecia imóvel, incapaz de agir, gritando paçlavras ao léu, buscando ações, querendo fazer a revolução de um único garoto, mas todo dia 12 de junho, ficava amuado, sentindo-se um zero, só não direi à esquerda porque caso contrário estaria escarnecendo de seus ideais, como se eu já não o estivesse fazendo a um certo tempo nessas singelas páginas.Sempre preso no mundo da lua.
Na semana passada em um bate-papo elevado com um grande amigo, uma verdade surgiu: "todo revolucionário é um homem perdido; seus fins são previsíveis, ou se torna um mártir (Guevara, Jannis, Morrinson, Hendrix, Cobain- todos morreram jovens), ou enlouquecem (Nieztche, Arnaldo Batista) ou acaba se rendendo, compra seu carro, vira mutuário da casa própria, ganha filhos pra se criar (seu pai)..."
Ele ainda continua atordoado com essas conclusões... Bem...uma hora ele acorda.

eu queria escrever uma ode à vitória esmagadora dos Javalis no torneio em ribeirão... mas infelizmente... tive que acabar recorrendo ao bom e velho tema dessa época do ano... c´est la vive

5 comentários:

A. Diniz disse...

Somos atacados por um vírus epidêmico. O niilismo nos ataca na sociedade pasteurizada de consumo e não nos deixa espaço para cruzadas romanticas. Desde a Guerra Civil Espanhola não existem mais heróis, não existem mais legionários. Vivemos à sombra de um filme futurista de Ridley Scott. E nos alegramos com isso.
Such a pity.

Marcus DIeckmann disse...

eu nao curto esseestilo em terceira pessoa. Mas vcoe esta melhorando, a cada dia.

Abracos.

PS: lembre-nao da pra lutar olhando os pes do inmigo, vc tem olha-lo nos olhos.

Anónimo disse...

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